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terça-feira, 24 de abril de 2012

Moça, olha só o que eu te escrevi

Nessa correria do dia a dia, a gente nem repara muito nas coisas ao nosso redor. Mas um dia desses, quando eu estava preso no engarrafamento de rotina para voltar para casa, vi uma moça.
Moça porque não era nem menina nem mulher, era moça. Por mais que seu corpo me mostrasse uma mulher, o rosto ainda tinha traços de uma menininha. Devia ter, no máximo, vinte anos.
A moça tinha um olhar triste. Tinha um brilho, mas - acreditem - era melancólico. Como pode? Ela era tão bonita...
Por qual motivo estava ela triste?
Estaria tudo bem com a família? Teria ela uma? Será que tinha amigos? Eram esses os certos? Será que lembravam e cuidavam dela? Seria algum rapaz? Rapazes são ótimos para partir o coração das moças...
Qual seria o motivo dessa falta de alegria, Deus? Por que será que ela é triste?
Que terrível. É terrível quando rotulamos as pessoas. Afinal, a moça pode nem ser triste. Talvez a genética não tenha ajudado no espírito do olhar... vai saber.
Será que ela tinha feito alguém triste e, por isso, estava triste?
A moça me deixou triste.
Será que eu fiz alguém triste hoje?

O mundo corre ao nosso redor. Conversamos com muita gente, rimos com algumas gentes, paqueramos com alguma gente. Mas, pelo menos por um minutinho que seja, pensamos como elas se sentem? Ou elas vão só passando pela nossa vida, como se preenchessem espaços? 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Maioridade.

Para muitos pode não ter sido assim, mas comigo foi/é.

Aos 14 anos, as meninas sonham com a festa de 15.
Passado o glamour do debut, a gente começa a frequentar festinhas, ir para showzinhos...
Aí, aos 16, as meninas já estão sonhando com os 18. O sentimento de liberdade, da - suposta - independência dos pais e a ideia de um mundo novo se mostrando pra você aumenta conforme o tempo vai passando. Talvez esse seja o único momento da vida em que sonhamos ficar mais velhas.
Aí, POW.
Chegou os 18, eee...
Nada mudou.
Você pensou que quando fizesse dezoito anos, automaticamente, as pessoas te tratariam com maior respeito, só que nem passou pela sua cabeça que isso é conquistado depois de muito tempo, e não da "noite pro dia".
Você pensou que ia comemorar tomando aqueeele porre.
Porque é o óbvio, não? Agora você tem permissão para ir no bar comprar um litro de cachaça, corre! 
Mas esqueceu que você nem é muito fã de beber, imagina de beber até cair e não lembrar do que fez.
Você se imaginou saindo de casa, na noite do seu aniversário - para tomar tal porre -, dirigindo seu próprio carrinho. Mas só pode fazer autoescola depois dos - benditos sejam! - 18 anos.
Fazer 18 anos não é a coisa mais linda do mundo. Nada muda porque o dia 22 de fevereiro passou.
Porque você deve se lembrar daquele dia em que você bebeu uns bons drink na festa da sua amiga, né? E também do dia em que você dirigiu o carro dele por um quarteirão, não lembra?
As coisas não mudam aos 18, as coisas mudam nos 18 anos.
E aqui estou eu, com os meus - mais que bem explicados - 18 em mãos, voltando a postar no grable.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dela. I

Um dia desses, estava no salão, fazendo uma escova e estudando Sociologia.
Karl Marx sempre me atraiu - não fisicamente, óbvio. Porque ao contrário de muitos, ele não fica só no bláblá de "Vamos ser amiguinhos", ele fala da luta mesmo. Porque ao contrário de muitos, ele quer mudar alguma coisa.
Não, não sou adepta do socialismo, muito pelo contrário, sou capitalista até o último fio de cabelo, mas Marx me levou a pensar em outras coisas.
Muitas outras coisas.

De que me adianta ele me pedir desculpas, se não muda? Se ele quer só que fique tudo bem para depois fazer o mesmo de novo?
Ele me traiu. Me traiu. Com uma vagabundinha qualquer.
Na primeira vez? "Ah, amor, ela me agarrou no meio da rua. Eu não pude me controlar, eu sinto muito".
Imbecil.
E agora, que eu peguei ele e a mesma vagabundinha qualquer na nossa cama?
Talvez eu não seja suficiente, quem sabe.
Talvez ele queira um relacionamento aberto, do tipo "Pego qualquer um qualquer hora".
Talvez eu faça um "A três" na nossa cama, com ele assistindo.
Certo, eu não faria isso.
Eu sei que sou suficiente para alguém, e se não é para ele...
Azar o dele.
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