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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Meu delírio


Espaço. Escuro. Vazio. Frio.
Medo. Ansiedade. Angústia. Loucura. Procura.
Desespero. Claridade. Calor. Braços. Desmaio.
Quem...?
Céu. Sol. Calor. Vento.
Sorrisos.










Ruínas

Era difícil imaginar que depois de tudo, eu havia perdido. Ela já tinha estado ali, nos meus braços, nas minhas mãos. Mas perdi. Perdi com a - quase - certeza de que jamais encontraria. Foi quando senti uma dor intensa no meu peito, que me fez correr. Correr muito, não sei para onde. Corria sem rumo, sem direção, mas sabendo que onde eu parasse, encontraria algo. E eu pedia, no fundo dos meus pensamentos, que fosse ela, a minha garota.
Meu coração disparava a cada passo que dava. A luz do amanhecer cobrindo as árvores do bosque, o vento gélido batendo no meu rosto cansado. A casa da arvore não era mesmo um lugar muito bom para passar a noite, mas sentia que devia estar lá, e agora eu entendia o porquê.
Seguir meus sentidos estava me levando à uma antiga gruta, já em ruínas. Cheguei mais perto e ouvi uma voz. Uma voz desesperada e baixa, intercalando com soluços, como se tivesse cansado de gritar e chorar. Minha respiração acelerou. Meu coração rompia minha pele enquanto meus braços tiravam as pedras da passagem. Elas pareciam ter caído há pouco tempo, trancando minha garota lá.
Minhas mãos não sentiam o peso das grandes peças de concreto, eu só pensava na vida dela, no desespero dela. Abri uma passagem. O sol já iluminava bastante o bosque, inclusive a ruína. Pude vê-la deitada no chão, sem esperanças.
Peguei-a no braço. O frio de sua pele provocou pequenas correntes elétricas em contato com meus braços quentes e firmes em sua volta. Senti ela desmaiar, o que, na hora, me provocou um desespero. Pensei que ela tivesse morrido, numa hipótese mais improvável. Tratei de colocá-la logo na grama ainda úmida do orvalho, e esperar que ela acordasse.
Estava a encarar seus olhos quando esses se abriram, perdidos. O alívio percorreu todo meu corpo. Senti meus braços afrouxarem em sua volta, enquanto o sorriso - mesmo que fraco - apareceu em seu rosto de cera.
Ela estava a salvo. E nós estavamos juntos, como nunca deveríamos ter deixado de estar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Eu sei que devia estar cuidando de ajeitar minha vida, mas continuo aqui, imaginando coisas.


Era o dia da entrega dos convites. Todos receberam os seus, inclusive ela - e ele, mas ela ainda não sabia disso.
Os dias passaram voando, muitos comentários, muitas roupas, mas estavam lá, na sexta, na véspera. Ele veio falar com ela, porque precisava muito disso - dela, eu quero dizer.
"Sinto muito, mas eu preciso de sua ajuda". Ela se assustou com o hálito fresco em seu pescoço, e se virou, pra ver do que se tratava. "Minha ajuda? Pra quê, exatamente?". Ele deu uma risadinha e respondeu: "Você vai amanhã, né?". Ela estava perdida em pensamentos, fez aquela cara de 'ãhn?' - e disse isso. "Pra festa, você vai né?". É, ela ia. "Sim, eu vou, mas você precisa de minha ajuda pra isso?". Ela se incomodou com a grosseria, ele pareceu não ligar e deu outra risadinha, dessa vez mais alta e sarcástica. "Você acha mesmo que eu iria se você não fosse?". Agora ela estava eufórica. Ele ia. E só porque ela ia. Um largo sorriso apareceu em seu rosto espontaneamente. Ele piscou e foi jogar futebol - ela adorava quando ele corria inutilmente atrás de uma bola.


A festa chegou - e eles também.
Ele vestia uma calça social preta, com uma camisa preta risca-de-giz. O cabelo parecia ter sido cuidadosamente despenteado - depois que ela disse que gostava, ele só usava bagunçado. Tinha deixado o Puma preto de lado - que era a cara dele, por sinal - e calçou um sapato social, preto, normal. Ela não deixou de reparar - novamente - que cores escuras ficavam ótimas nele.
Ela chegou com um vestido curto, vinho, que tinha uma faixa na cintura que fechava atrás num laço. O vestido ficava um pouco acima do joelho, e a saia balonê afinava suas pernas. Calçava a sua Melissa preta - que iria incomodar, ela sabia - e trazia uma carteira preta.
Quando se encontraram foi inevitável aquela análise no modelo dos dois. "Desculpa o clichê, mas você está muito linda". Ela sorriu e queria dizer o mesmo. "Eu não sou a única criatura linda num raio de um metro". Um metro era a distância que os separava, mas que logo foi reduzida a nada, pois se aproximaram e se beijaram fervorosamente, depois de muito tempo sem fazer isso.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

" Seu progresso era lento mas decidido, sem pressa, sem tensão, sem ansiedade. Era o ritmo dos invencíveis."

Stephenie Meyer, Amanhecer



Uma atmosfera ruim pairava sobre mim, me deprimindo e consequentemente, deprimindo meus textos. Dias ruins, bad days. Ah, por falar em dias ruins...







Eu sinceramente, admito, invejo a pele dessa garota. Mas não é sobre pele que quero falar, ou melhor, me despedir. Comecemos de novo.

*pausa dramática, prepare-se novamente*

E é nessa situação, sentada numa cadeira desconfortável - que tenho desde meus nove anos -, ao som de 'Fuck You' da Lily Allen, no calor escaldante do meu quarto - já cansei de dizer que prefiro o frio, mas não me escutam -, que me despeço dos meus dias ruins! Batam palmas, coloquem a banda na praça, cantem o hino. Sim, sou uma garota feliz novamente.


Já aceito a distância - eu já sou acostumada com ela na verdade, mas venhamos e convenhamos que dessa vez é diferente -, já estudo mais... ah, enfim, ando mais feliz. E sei que é porque voltei a ver meus amigos todos os dias, porque eu voltei a minha rotina estressante, preocupante.

Até voltei a ter ideias de textos melhores *-*

Então, já estão informados sobre a volta dos dias felizes. Salvem os pinguins e os ursos polares, ele são fofos! táparei. Vou escrever algo melhor, beijinhos.

domingo, 9 de agosto de 2009

As coisas andavam estranhas para ela, que ansiava mais que tudo sexta a noite, para contar tudo o que havia sentido, vivido e presenciado durante a semana. Ia contar da angústia que sentiu depois da última conversa, ia contar das coisas engraçadas do professor, das conversas com a mãe.
Chegou em casa, o coração acelerado. Comeu rapidamente a pizza fria que chegara tarde, tomou o banho mais rápido de toda sua existência, e correu para o computador.
Já estava imaginando as duas horas que se seguiriam de conversas, de risadas e de problemas com a webcam. Ficou online e foi direto procurá-lo. E para sua - enorme - surpresa, ele não estava lá.
Precisou de alguns minutos para absorver a realidade, e respirou fundo. Ela tinha que esquecer do que havia imaginado a pouco tempo, ele não estava lá. 'Deve ter saído', pensou consigo mesma. Aceitou a ideia e foi conversar com os amigos daqui. Contou o que contaria a ele - o que teria muito mais graça para ela - a eles, e eles riram, mas ela não estava satisfeita. Ela queria que ele risse.
Numa busca - quase desesperada, quase - ela foi atrás das fotos dele. Estava na webcam com um amigo - que aliás, tem se saído uma ótima companhia. Ampliou a foto, encarou os olhos claros - ela ainda não soube definir se são verdes ou azuis -, e quando se deu conta, estava chorando. O amigo estava perguntando pela segunda vez se ela estava chorando e o Media Player começou a reproduzir a música que mais a faz lembrar dele.
Ela sinceramente não sabe dizer o porque do choro.
- Tenho chorado muito ultimamente. - observou.
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