O sangue corria freneticamente em minhas veias, meu coração palpitava, a minha respiração estava acelerada, a mão dele na minha...
Antes que certas mentes comecem a pensar certas coisas, vou logo avisando que comecei o texto pelo fim, haha. Porque as ideias partem assim para mim, de frases que surgem do nada. Então, essa é a dita cuja.
Lembro que na primeira série sempre diziam pra pensar no título depois de ter escrito todo o texto, mas eu não consigo, haha. Preciso pensar num título. -
Anjo
Estava treinando, como toda quinta à noite. E eu estava suada, como sempre fico nos treinos - é nojento, eu sei, mas eu precisava comentar sobre isso, eu acho. O treinador estava mandando eu ir mais rápido ainda, como sempre. As novatas estavam tropeçando no meio da pista, como sempre - era incrível como elas nunca melhoravam. Nas arquibancadas havia apenas o zelador, no primeiro banco, pra garantir que não fôssemos pichar "Eu odeio o diretor Hanson" lá, como de costume. O prédio estava lá, novinho, limpinho, lindinho, como sempre.
Então paramos, o que não era costume.
Mas saímos da rotina porque alguma coisa nos fez sair.
Um grito.
Mas assim, era um grito desesperado, com medo.
Eu reconheci a voz. Era do Tomas, meu BFF. Ele era da equipe de futebol americano e era pra estar treinando no outro campo, mas ao invés disso ele estava no alto da arquibancada - quer dizer, ele estava ali antes de gritar, agora ele estava pendurado do outro lado, pela roupa do treino. Porque ele não estava sozinho, o otário/estúpido/idiota do Jason estava com ele - sim, o nome dele lembra o Jason dos filmes de terror, na verdade, eu acho que o personagem foi inspirado nele.
Eles não se davam bem, e eu não preciso dizer porque. Agora, eles podiam ter encontrado um lugar melhor pra discutir do que o alto da arquibancada, né? Homens.
Agora, o detestável/peste/excluídocomrazãodasociedade do Jason podia, por favor, não jogar o MEU melhor amigo dali? Tipo, pra não matá-lo? Eu agradeceria, do fundo do meu coraçãozinho que o odeia.
O que eu fiz? É claro, lógico e evidente que em uma fração de segundo eu corri até lá. Eu era a mais rápida da equipe de corrida, então, pulando os bancos da arquibancada como se fossem as barras/obstáculos da pista, eu cheguei lá a tempo de olhar para aquele demônio do Jason na minha frente:
- Seu estúpido, desgraçado, se ele cair e morrer, eu te mato com minhas próprias mãos. - Soco.
Eu nunca fui muito amável, acho que por isso Tomas era meu melhor amigo, ele precisava de proteção, e eu era a ideal para ele.
Mas agora, eu precisava tirá-lo dali, coitado.
Me debrucei sobre o parapeito, estiquei o braço e o puxei - descarga de adrenalina ajuda nessas horas.
Agora, o sangue corria freneticamente em minhas veias, meu coração palpitava, a minha respiração estava acelerada, a mão dele na minha, e ele estava a salvo.
É claro que agora ele tinha medo de altura, mas eu ainda iria salvá-lo de muitas encrencas.