Pages

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dela. I

Um dia desses, estava no salão, fazendo uma escova e estudando Sociologia.
Karl Marx sempre me atraiu - não fisicamente, óbvio. Porque ao contrário de muitos, ele não fica só no bláblá de "Vamos ser amiguinhos", ele fala da luta mesmo. Porque ao contrário de muitos, ele quer mudar alguma coisa.
Não, não sou adepta do socialismo, muito pelo contrário, sou capitalista até o último fio de cabelo, mas Marx me levou a pensar em outras coisas.
Muitas outras coisas.

De que me adianta ele me pedir desculpas, se não muda? Se ele quer só que fique tudo bem para depois fazer o mesmo de novo?
Ele me traiu. Me traiu. Com uma vagabundinha qualquer.
Na primeira vez? "Ah, amor, ela me agarrou no meio da rua. Eu não pude me controlar, eu sinto muito".
Imbecil.
E agora, que eu peguei ele e a mesma vagabundinha qualquer na nossa cama?
Talvez eu não seja suficiente, quem sabe.
Talvez ele queira um relacionamento aberto, do tipo "Pego qualquer um qualquer hora".
Talvez eu faça um "A três" na nossa cama, com ele assistindo.
Certo, eu não faria isso.
Eu sei que sou suficiente para alguém, e se não é para ele...
Azar o dele.

sábado, 30 de outubro de 2010

Realmente importante

Certo, certo, já era hora de eu dar as caras.
Eu sei que minha última postagem foi em março (tão ruim que eu despubliquei), e que faz um mês que prometi reabrir...
então, estou (re)abrindo.
Isso porque resolvi guardar lembranças de dias realmente importantes, porque infelizmente a minha imunda memória humana não é capaz de guardar tudo o que queria.
E eu voltei. 
Mais melódica.
Mais crítica.
Mais feliz.
Mais eu.


Espero que pessoas especiais para mim voltem a frequentar esse espaço, porque essa é a minha intenção: falar de coisas especiais, para pessoas especiais.
E lá vai.
________


        Desde a época em que eu era apenas um bebê, todo mole, você é especial pra mim. Você me dava banho, me enchia de perfume, e chamava de "Princesinha". Eu adorava quando você me pendurava na toalha  e me fazia de aviãozinho, andando do banheiro até meu quarto. E eu ainda lembro do vestido rosa que você me trouxe de alguma de suas viagens (acho que foi da Bahia, mas...). E eu lembro de você fazendo meu irmão dormir, quando ele era apenas um bebê mole. Eu lembro do jeito que você me ameaçava com seu enorme chinelo Raider, era engraçado. 
       Eu lembro das nossas mudanças, de como você ficava todo estressado. Também lembro de quando eu queria ser rebelde, e jogava toda a culpa de nada em cima de você, eu realmente me arrependo disso. Eu lembro daquela festa na escola, que leram um texto insuportavelmente triste, e chorei, e você me acolheu. Também lembro do cartão com colagens que fiz pra você de madrugada. Eu conheço as confusões, e os horários, e os extras, e o cansaço. 
      Ah, e aquela noite. Aquela que dançamos a tal tão ensaiada valsa. Foi um tanto engraçado ver você chorando e dizendo que eu estava linda. É, eu estava.
        Acho o máximo o tempo que temos pra nós. Por mais que fiquemos em silêncio, ou com o rádio tocando, ou com o telefone tocando. Adoro o jeito que você tenta me animar quando estou com raiva. Lembro daquele seu aniversário, que eu estava com muita raiva de todo o mundo, menos de você, e não quis estragar seu dia, então eu chorei antes de entrar no carro, quando saí e quando tomei banho, nunca na sua frente: era seu dia. 
         Quando eu era pequena, eu pensava que não entendia os problemas da gente grande porque eu ainda não sabia de tudo, mas agora, eu entendo os problemas das gentes grandes, e vejo que são tão simples quanto os problemas de criança. O mundo gira em torno de duas coisas: amor e a falta dele.
          E foi a presença de um amor exacerbadamente enorme, que me moveu a fazer isso. 
          Em meio a lágrimas dedicar esse texto a você, meu Super Pai.
_______

E as histórinhas fofas continuam.
Minha realidade com minha imaginação.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Salsa

Geente, quanto tempo que eu não escrevo nada, *o*
mas enfim, aqui estou eu, escrevendo again.
É bom que gostem, hoho -

Eram 10 da manhã de um domingo, e bem, ela não devia estar dormindo. Até porque essa noite prometia, e ela tinha que se preparar. Isso quer dizer que ela já devia estar na Academia de Dança, com seu vestido vermelho, dançando com Dave. Porque diabos o despertador não tocou?
Se levantou correndo, tomou um banho, escovou os dentes e ligou para seu parceiro - pra avisar que ia se atrasar muito.
- Érh, Dave? Bem, eu sinto muito, eu já estou a caminho...
- Sarah? Eu percebi que você ia se atrasar pelo simples fato de não ter chegado quinze minutos mais cedo, então, tem um táxi esperando por você embaixo do prédio. Corre. - a voz dele não era gentil. Estranho.
É claro que ela desceu correndo as escadas, entrou no carro branco com a plaquinha escrito "TÁXI" em cima, e disse "Senhor, eu preciso estar há meia hora atrás na Academia Royal de Dança. Se eu fosse o senhor, eu correria."
Era uma maneira perfeita de começar um dia corrido - acordando tarde demais. Enquanto o táxi cortava caminho e andava a 90 km/h, ela ligava para a costureira, remarcando o horário de pegar o vestido, ligava para o maquiador/cabelereiro/melhoramigogay lembrando que ele tinha a obrigação de estar no Teatro às oito da noite - o festival começa às dez, mas ela gostava de garantir as coisas.
Bem, ao chegar na Academia, correu ao armário, pegou o vestido e o sapato de ensaio e foi até o salão. Dave já estava quase desesperado com seu atraso.
- SARAH, EU VOU MATAR VOCÊ.
- Dave, eu estou aqui. Alguém coloca a música?
Só quando ele colocou a mão em sua cintura ela pode ver o quão nervoso ele estava - ele tremia.
- Nervoso?
- Ansioso demais.

Eram oito e quinze e Marc ainda não estava no camarim - Marc era o maquiador/cabelereiro/melhoramigogay. Isso a deixava frustada. Ela estava bufando.
- Relaxa. - Ela sentiu a mão quente de Dave em suas costas, e pode sentir seu hálito fresco na nuca.
- Como Dave? Eu PRECISO estar pronta uma hora antes! Olha só pra você, já está pronto, por isso me manda relaxar. Não dá, não dá...
- Relaxa. - Bem, ela pode dizer que se sentiu surpresa ao sentir os lábios de Dave colados aos seus. E, automaticamente, esqueceu de Marc e de seu atraso, e quase esquece a apresentação.
É claro que Marc chegou agora, com todo aquele jeito nada-discreto de chegar nas horas erradas.
- Uaaaaaau, gata! Pegando o Dave, hein? Hmm, que sorte.
- Marc, cale a boca e prenda o meu cabelo. Agora. - Ela adorava ser autoritária com Marc, apenas pelo fato de ele fazer biquinho e obedecer.

Eles estavam prontos, as mãos dadas - isso expressava mais confiança do que nunca - , as luzes apagadas. Ela pode escutar o "Arrasa", cochichado por Marc em seu ouvido, pode sentir o beijo nos cabelos dado por Dave. E de trás das cortinas ela via sua família e seus amigos na primeira fila.
Caminharam até o centro do palco, se posicionaram, cara a cara. O apresentador do Festival anunciava "E agora, a salsa da Academia Royal de Dança, 'She Bangs'".
Ela olhou no fundo dos olhos de Dave e disse:
- Agora.

----
Esse é em homenagem à boa dançarina que eu nunca fui.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

2009

É, 2009 se foi.
E assim como toda e qualquer coisa, é insubstituível.
Então, antes tarde do que nunca, eu vou me despedir descentemente dele, listando algumas das coisas que o tornaram inesquecível. -

Aquelas fotos na casa da AnaLuh - janeiro -, que são as melhores de todas!
As conferências indescentes, haha. As minhas ligações de duas horas pro João Paulo, as - poucas - noites no lago, a ansiedade da nova escola. A nova escola, o primeiro dia de aula, a minha primeira amiga, Naati *-*. A BecsLe, com quem eu me identifiquei muito, logo de cara, haha, e as nossas conversas maquiavélicas. Aquele ensaio fotográfico que durou a manhã inteira - sou péssima modelo -, a aula daquele dia, o meu cabelo enoooorme. A minha festa perfeita, o domingo perfeito pós-perfectparty, com as meninas aqui em casa, abrindo presentes e comendo doces. O meu corte de cabelo novo, os choros por notas, as aulas pela manhã, que me levantavam às 4:45 a.m., a mudança de sala. A minha atenção especial voltada para o loirinho no fundo da sala, o simulado, o 93 na prova de física, o meu "silêncio, professor" para o Paulo Sérgio, a noite e o domingo na casa da Karol, o começo frustante das férias de julho. A minha campanha com a Becsle (lhamas são sexy, ursos polares e pinguins são fofos, salve-os!). O Icaraí com as meninas, a nova tarde na casa da AnaLuh, as novas fotos. O fato da Ribas ter me apresentado o omegle.com, que me levou a conhecer o Mahir, que é um ótimo amigo, pelo simples fato de suportar os meus SUPER erros de inglês, haha. A volta às aulas, o dez - sem ter estudado - em biologia, a nova professora de biologia, o novo professor de trigonometria. Aquela tarde patinando, A minha conversa no msn com o loirinho-centro-de-minhas-atenções, o futebol depois das provas, as boladas durante os jogos. As festas de 15 anos, a última, em especial. O dia 23/10, que eu quase não dormi. Ah, e os dias 24, 25 e 26. Os meus gritos e pulinhos frenéticos no banheiro, com as meninas, quando eu contei tudo. Também tem a vez que a gente foi assistir 'Distrito 9', no dia 07/11, e bem, eu voltei pra casa sabendo que estava namorando. O dia na praia depois disso, todos os dias no colégio depois disso se tornaram ainda mais especiais. O shopping no último dia de provas, LUA NOVA com a Nati gritando pelo Jacob do meu lado, o super atraso da Vanessa, o dia que eu dormi até 2:10 p.m, o tédio das férias, a preocupação com a recuperação dos amigos, a limpeza de pele depois de ir no Dáulia, aquela outra tarde na Analuh, falando de como eu estou feliz.

E você pode estar pensando que a minha virada foi a melhor de todas, a mais feliz, ou coisa assim, mas nem foi. Passou tão rápido que eu senti a necessidade de escrever um texto pra me despedir dele.
Bye, 2009.
Powered By Blogger