mas enfim, aqui estou eu, escrevendo again.
É bom que gostem, hoho -
Eram 10 da manhã de um domingo, e bem, ela não devia estar dormindo. Até porque essa noite prometia, e ela tinha que se preparar. Isso quer dizer que ela já devia estar na Academia de Dança, com seu vestido vermelho, dançando com Dave. Porque diabos o despertador não tocou?
Se levantou correndo, tomou um banho, escovou os dentes e ligou para seu parceiro - pra avisar que ia se atrasar muito.
- Érh, Dave? Bem, eu sinto muito, eu já estou a caminho...
- Sarah? Eu percebi que você ia se atrasar pelo simples fato de não ter chegado quinze minutos mais cedo, então, tem um táxi esperando por você embaixo do prédio. Corre. - a voz dele não era gentil. Estranho.
É claro que ela desceu correndo as escadas, entrou no carro branco com a plaquinha escrito "TÁXI" em cima, e disse "Senhor, eu preciso estar há meia hora atrás na Academia Royal de Dança. Se eu fosse o senhor, eu correria."
Era uma maneira perfeita de começar um dia corrido - acordando tarde demais. Enquanto o táxi cortava caminho e andava a 90 km/h, ela ligava para a costureira, remarcando o horário de pegar o vestido, ligava para o maquiador/cabelereiro/melhoramigogay lembrando que ele tinha a obrigação de estar no Teatro às oito da noite - o festival começa às dez, mas ela gostava de garantir as coisas.
Bem, ao chegar na Academia, correu ao armário, pegou o vestido e o sapato de ensaio e foi até o salão. Dave já estava quase desesperado com seu atraso.
- SARAH, EU VOU MATAR VOCÊ.
- Dave, eu estou aqui. Alguém coloca a música?
Só quando ele colocou a mão em sua cintura ela pode ver o quão nervoso ele estava - ele tremia.
- Nervoso?
- Ansioso demais.
Eram oito e quinze e Marc ainda não estava no camarim - Marc era o maquiador/cabelereiro/melhoramigogay. Isso a deixava frustada. Ela estava bufando.
- Relaxa. - Ela sentiu a mão quente de Dave em suas costas, e pode sentir seu hálito fresco na nuca.
- Como Dave? Eu PRECISO estar pronta uma hora antes! Olha só pra você, já está pronto, por isso me manda relaxar. Não dá, não dá...
- Relaxa. - Bem, ela pode dizer que se sentiu surpresa ao sentir os lábios de Dave colados aos seus. E, automaticamente, esqueceu de Marc e de seu atraso, e quase esquece a apresentação.
É claro que Marc chegou agora, com todo aquele jeito nada-discreto de chegar nas horas erradas.
- Uaaaaaau, gata! Pegando o Dave, hein? Hmm, que sorte.
- Marc, cale a boca e prenda o meu cabelo. Agora. - Ela adorava ser autoritária com Marc, apenas pelo fato de ele fazer biquinho e obedecer.
Eles estavam prontos, as mãos dadas - isso expressava mais confiança do que nunca - , as luzes apagadas. Ela pode escutar o "Arrasa", cochichado por Marc em seu ouvido, pode sentir o beijo nos cabelos dado por Dave. E de trás das cortinas ela via sua família e seus amigos na primeira fila.
Caminharam até o centro do palco, se posicionaram, cara a cara. O apresentador do Festival anunciava "E agora, a salsa da Academia Royal de Dança, 'She Bangs'".
Ela olhou no fundo dos olhos de Dave e disse:
- Agora.
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Esse é em homenagem à boa dançarina que eu nunca fui.